Dicas de negócios populares entre os brasileiros
Na hora de empreender, muita gente sonha com a boa e velha padaria ou lanchonete. Em um mundo em que pipocam empreendimentos “moderninhos”, alguns negócios tradicionais seguem firmes e fortes, seja porque prestam um serviço que têm demanda — como a alimentação — ou por questões culturais.
A lista inclui: lanchonete, bar, food truck e padaria. As dicas de como abrir são do Sebrae, com base em estudos sobre mais de 400 ideias de negócio. O órgão traçou o panorama de mercado de cada um deles, com informações inclusive sobre exigências legais, tributação e canais de distribuição.
Veja abaixo algumas ideias de negócios populares e como abrir cada um deles.
1. Lanchonete
A grande vantagem da lanchonete é sua flexibilidade. É uma atividade que se adequa a diferentes localizações e público-alvo, bem aceito por todas as classes sociais. É claro que o público e o padrão do estabelecimento serão determinados tanto pela localização quanto pela forma como o negócio é formatado. A oferta de produtos inovadores, como alimentos funcionais e de sabores irreverentes, pode funcionar como um atrativo e marketing “boca a boca” entre os clientes.
Estrutura:
Considerando uma lanchonete padrão, que comercializa produtos industrializados e produz lanches, além de salgados e doces para venda na vitrine, o ideal é uma área inicial de 50 metros quadrados. Dividida em: área de produção (manipulação, pré-preparo e preparo dos alimentos); estocagem; áreas de atendimento ao cliente (auto-serviço e espaço para mesas e cadeiras); sanitários.
Pessoal:
Uma lanchonete requer gerente, caixa, atendente, cozinheiro e copeiro.
Ponto comercial:
Antes de definir o ponto, é importante identificar e mapear os concorrentes e fornecedores. Além disso, é importante checar se o Plano Diretor do município permite a realização daquela atividade, e se a planta do imóvel foi aprovada pela prefeitura.
Leve em conta os custos para adptar o imóvel para a realização de produtos alimentícios. Confira se o imóvel é de fácil acesso e possui local para carga e descarga de mercadorias, além de serviços de transporte público nas redondezas.
Investimento:
O Sebrae estima um investimento inicial em torno de R$ 80 mil, levando-se em consideração um imóvel alugado de aproximadamente 50 m².
Capital de giro:
Os custos mensais de uma lanchonete de pequeno porte gira em torno de R$ 30 mil, entre custos fixos, variáveis e capital de giro.
2. Bar
O bar é um ambiente com característica agregadora. Um espaço onde amigos se encontram, e que pode ser a marca de uma determinada região ou cultura. Além das bebidas, os bares muitas vezes se destacam por suas especialidades gastronômicas. Uma decoração agradável é fundamental.
Estrutura:
A estrutura pode ser simples. Um balcão (que deve estar em local bem escolhido e de acesso imediato), um salão para mesas, banheiros, depósito e área de cozinha. As bebidas mais nobres merecem um lugar privilegiado nas prateleiras. A iluminação deve ser adequada para dar noção de amplitude e beleza.
A bancada onde ficam os copos, geladeira e prateleira de bebidas devem ficar acessíveis. No salão, para cada 100 metros quadrados, o cálculo é de 19 mesas. O caixa pode estar localizado próximo à saída ou em área que permita visão ampla do salão.
Pessoal:
A quantidade de funcionários se relaciona ao porte. Normalmente se contrata garçons, cozinheiros, barman e auxiliáres de limpeza. É importante que os funcionários tenham qualificação nas áreas de cozinha e atendimento ao cliente.
Ponto comercial:
Uma boa localização para bar é próximo a algum ponto de atração de pessoas, que facilite o acesso. A escolha da região depende do público a ser atendido. A proximidade a faculdades, zonas comerciais ou de muitos escritórios pode ser uma boa. Observe se a cidade possui Lei do Silêncio.
Investimento:
O investimento para um bar de pequeno porte gira em torno de R$ 15 mil a R$ 30 mil, estima o Sebrae, entre equipamentos e uso diário. Os gastos com a adequação do imóvel, bem como a aquisição do estoque inicial não estão computados nestes valores.
Capital de giro:
O capital de giro fica em torno de 35% a 65% do investimento total. O ideal é ter em caixa um valor que permita à empresa sobreviver por, pelo menos, 90 dias. O dinheiro arrecadado neste meio tempo deve ser reinvestido na empresa.
3. Food truck
Os food trucks são veículos adaptados para servir refeições nas ruas. Embora venda de comidas na rua não seja algo novo, o termo “food truck” ficou associado à venda de produtos de maior nível gastronômico e que cobram um preço reduzido, quando comparados ao de um restaurante.
Estrutura:
Os Food Trucks podem ser montados em trailers, vans, peruas e em pequenos caminhões e operar em locais permitidos dentro das leis de zoneamento. As tradicionais peruas ambulantes têm em média 3 metros de comprimento e os caminhões cerca de 6 metros.
Pessoal:
Pelo espaço diminuto, o food truck em geral exige uma equipe enxuta, que pode ser formada por cozinheiro e caixa (ambas funções podem ser executadas pelo próprio empreendedor). Também podem compor a equipe um auxiliar de cozinha e um atendendo de balcão e áreas externas (caso haja alguma).
Ponto comercial:
A flexibilidade do ponto comercial é a grande vantagem do food truck, já que ele não precisa de local fixo. Apesar disso, em muitas cidades surgiram estabelecimentos coletivos, que reúnem diversos food trucks de forma fixa, em uma mesma área. É importante checar a legislação da prefeitura, para checar onde é permitido operar.
Investimento:
O Sebrae calcula um investimento inicial de R$ 165 mil, alocados nos seguintes itens: aquisição do veículo (R$ 70 mil); adaptação do veículo (R$ 70 mil); despesas de abertura de empresa (R$ 2,5 mil); estoque inicial de mercadorias e embalagens (R$ 10 mil); divulgação inicial (R$ 3 mil); despesas iniciais, relativas a um mês (R$ 8 mil).
Capital de giro:
O Sebrae sugere duas formas de estimar o capital de giro de um food truck. O valor relativo a 3 meses de reposição de estoques e despesas ou um valor de cercad e 15% do capital investido.
4. Padaria
Os pães e produtos panificados, como salgados e biscoitos, são os principais produtos comercializados pelas padarias. Mas, atualmente, os estabelecimentos tradicionais estão se transformando em locais mais requintados, que lembram uma delicatessem ou uma boutique de pães. Quem for abrir um negócio nesta área deve estar atento às tendências desta “nova padaria”.
Estrutura:
O Sebrae separa os tipos de padaria em três: padaria tipo boutique (em regiões de alto poder aquisitivo, concentradas em produtos próprios e importados); padaria de serviço (em regiões centrais e ruas com grande circulação de pessoas, com concentração de lojas comerciais e escritórios. Oferecem serviços de bar, lanchonete, confeiraria, rotisseria, etc); e padaria de conveniência (em bairros residenciais. Além de produtos próprios, como padaria e confeitaria, oferece produtos de conveniência).
Pessoal:
Para uma padaria de pequeno porte, o Sebrae indica começar com sete empregados. Sendo eles: dois padeiros, um ajudante de padeiro, dois atendentes de balcão e dois caixas.
Ponto comercial:
As pessoas ainda optam por locais que seja próximos a suas residências ou locais de trabalho. O que torna a busca bastante ampla, já que inclui qualquer região com um grande movimento de pessoas de ambientes comerciais ou residenciais.
Vale analisar os imóveis disponíveis no bairro e o poder aquisitivo da população local. Além disso, o número de padarias existentes na vizinhança e a qualidade dos produtos oferecidos por elas deve ser levado em conta.
Investimento:
O Sebrae estima um investimento entrre R$ 200 mil e R$ 250 mil para uma padaria de 50 metros quadrados. O cálculo é para o ano de 2017, e leva em conta o montante de R$ 4 mil a R$ 5 mil por metro quadrado (média do Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria).
Capital de giro:
O Sebrae sugere que o capital de giro leve em conta três tipos de prazos. Os prazos médios recebidos de fornecedores (PMF); prazos médios de estocagem (PME) e prazos médios concedidos a clientes (PMCC).
Quanto maior o prazo de estocagem e concedido aos clientes, maior deve ser o capital de risco. Também é preciso ter um caixa mínimo para o pagamento de despesas gerais e abastecer o mix de revenda, que pode ficar entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.